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Mostra Grupo Dziga Vertov

Sinopses e Créditos:

1. Um filme como os outros / Un film comme les autres
2. Sons Britânicos / British sounds (ou See you at Mao)
3. Pravda / Pravda
4. Vento do leste / Vent d’est
5. Lutas na Itália / Lotte in Itália
6. Vladimir e Rosa / Vladimir et Rosa
7. Aqui e acolá / Ici et ailleurs
8. Tudo vai bem / Tout va bien
9. Carta para Jane / Letter to Jane (An investigation about a still)



* Os créditos dos filmes são controversos e é possível encontrar participações diferentes das aqui apresentadas. No entanto, serão publicados sinopses e créditos de pesquisa detalhada encontrados em guias, catálogos e livros, no livro-catálogo da Mostra “Grupo Dziga Vertov”.
































1. Um filme como os outros / Un film comme les autres

França, 100 min., 1968.
16 mm, Preto e Branco
Direção:
Grupo Dziga Vertov
Roteiro:
Grupo Dziga Vertov
Fotografia:
William Lubtchansky
Montagem:
Grupo Dziga Vertov
Sinopse:
O filme apresenta um grupo de jovens sentados no chão conversando sobre política. Aos poucos é entrecortado por Ciné-tracts filmados por Godard em Paris e em Flins, em frente à fábrica da Renault. Os ciné-tracts eram pequenos filmes de 3 mins., filmados em preto e branco(16mm) e editados na própria câmera. Eram compostos por assembléias e passeatas em torno das discussões políticas do ano de 1968 na França com a intenção de traballho coletivo, sem a assinatura do diretor. A trilha sonora de “Um filme como os outros” trabalha com fusões de sons locais, diálogos e slogans em francês e inglês e vai iniciar uma frequente intervenção na montagem em nome do diálogo entre imagem e som nos filmes posteriores do Grupo Dziga Vertov.

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2. Sons Britânicos / British sounds (ou See you at Mao)

Inglaterra, 52 min., 1969.
Cor, 16 mm.
Direção:
Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard e Jean-Henri Roger)
Roteiro:
Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard e Jean-Henri Roger)
Fotografia:
Charles Stewart
Som:
Fred Sharp
Mixagem de som:
Antoine Bonfanti
Montagem:
Christine Aya e/ Elizabeth Kozmian
Sinopse:
Feito na Inglaterra, o filme consiste de seis longas seqüências: a produção em série de uma fábrica de carros; uma mulher nua em sua casa; um discurso de um jovem na televisão entrecortado por cenas silenciosas e coloridas de trabalhadores; trabalhadores em um apartamento discutindo suas condições de trabalho; estudantes universitários fazendo posteres e canções revolucionárias e, por fim, uma mão ensangüentada deslizando como uma serpente na direção da bandeira vermelha. A trilha sonora mescla os sons repetitivos da fábrica de montagem e textos em voz-over para refletir sobre a alienação dos trabalhadores dentro do processo de reprodução. As cenas servem para reflexão de várias questões como a manutenção do processo hierárquico masculino pela reprodução do feminino como imagem sedutora, os meios que reproduzem a imagem como o cinema e a televisão, mas princpalmente sobre aquilo que não se ouve quando se é seduzido pela imagem.



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3. Pravda / Pravda

França, 58 min., 1969.
Cor, 16 mm
Direção:
Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard, Jean-Henri Roger e Paul Burron)
Roteiro:
Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard, Jean-Henri Roger, Paul Burron)
Fotografia:
Grupo Dziga Vertov
Montagem:
Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard, Jean-Henri Roger, Paul Burron)
Produção:
Claude Nejar
Sinopse:
Filmado clandestinamente na antiga Tchecoslováquia em março de 1969, logo após as agitações da primavera de Praga e da invasão russa. Várias imagens do cotidiano da Tchecoslováquia são descritas pelas vozes over de Vladimir e Rosa que analisam os paradoxos da situação política do país e os novos sentidos do vermelho Tcheco. Vermelho que servirá ao filme não apenas pela sua ambigüidade com o sangue, mas também como reflexão sobre o desbotamento das imagens do mundo. O filme repensa o fazer documental que dificilmente percebe som e imagem como materiais distintos e repensa também as relações entre conceito e imagem. “Pravda” faz uma crítica radical à prática documental revisitando os propósitos de Dziga Vertov, daí ser considerado o “mais vertoviano” dos filmes do grupo.

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4. Vento do leste / Vent d’est

França, Itália, Alemanha, 100 min., 1969-70.
Cor, 16 mm
Direção:
Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard, Jean-Pierre Gorin)
Roteiro:
Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard, Daniel Cohn-Bendit, Sergio Bazzini)
Fotografia:
Mario Vulpiani
Som:
Antonio Ventura, Carlo Diotalevi
Montagem:
Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin)
Atores:
Gian Maria Volonté, Anne Wiazemsky, Glauber Rocha, entre outros.
Sinopse:
O grupo chamava o filme de “faroeste revolucionário”. Ele trata de inúmeras questões a respeito das posições políticas anticapitalistas, mas principalmente, de questões sobre a ideologia das composições do cinema que são antecipadamente consideradas “naturais”, como a junção da imagem e do som, através de um grupo de pessoas que supostamente fará um filme. O argumento foi sugerido por Daniel Cohn-Bendit que propunha documentar uma greve de mineiros como ponto de partida para Vento do Leste. Glauber Rocha participa do filme com pequena cena, mas crucial. Ele se encontra em uma encruzilhada, parado de pé, com os braços abertos, cantando, quando é abordado por uma mulher grávida que pergunta: "desculpe interromper a luta de classes, mas você poderia me dizer o caminho do cinema político?". Glauber então aponta para o caminho do "cinema perigoso, divino e maravilhoso".

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5. Lutas na Itália / Lotte in Itália

França, Itália, 76 min., 1970.
Cor, 16 mm.
Direção:
Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin)
Roteiro:
Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin)
Montagem:
Jean-Pierre Gorin e Jean-Luc Godard
Fotografia:
Armand Marco
Mixagem de som:
Antoine Bonfanti
Atores:
Christina Tullio Altan, Anne Wiazemsky, Jérôme Hinstin.
Produtor:
Gianni Barcelloni
Sinopse:
No lugar de apresentar imagens de trabalhadores ou estudantes militantes, este filme parte de um personagem, Paola, estudante universitária que trabalha para uma organização comunista. A estratégia do filme consiste em repetir determinadas cenas para mostrar o processo de conscientização da jovem que se acredita anticapitalista, mas começa, aos poucos, a perceber suas contradições em seu mundo burguês. A noção de luta é avaliada em termos políticos através da própria luta entre o som e a imagem. As idéias do filme partem das reflexões de Louis Althusser sobre Maio de 68 e foi considerado o trabalho mais coerente, política e teoricamente, do Grupo Dziga Vertov.



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6. Vladimir e Rosa / Vladimir et Rosa

França, 103 min., 1971.
Cor, 16 mm
Direção:
Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin)
Roteiro:
Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin)
Montagem:
Christine Aya e Chantal Colomer
Fotografia:
Armand Marco e Gérard Martin
Mixagem de som:
Antoine Bonfanti
Atores:
Jean-Luc Godard, Jean-Pierre Gorin, Anne Wiazemsky, Juliet Berto, Ernest Menzer, Yves Afonso, Larry Martin, Claude Nejar
Produtor: Claude Nejar
Sinopse:
Godard faz o papel de Vladimir Lênin e Gorin, de Rosa Luxemburgo. O filme pergunta como os filmes deveriam ser feitos, inclusive o próprio filme que o espectador vê, e anuncia que esse filme foi feito para financiar outro que será filmado na Palestina (Jusqu’à la victoire). Para refletir sobre questões políticas como a noção de “ruptura” de Althusser, Godard e Gorin conversam com microfone, headfone e gravador (ambos gaguejando) em uma quadra de tênis com a partida em jogo. O grupo representa, de forma estilizada, o julgamento de militantes radicais acusados de incitar a revolta na Convenção Nacional de 68, conhecido como “Chicago 7”, insinuando que o julgamento foi armado pela própria polícia. O filme questiona o conceito de justiça entre a teoria e a prática, mas com uma boa dose de humor e ironia.

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7. Aqui e acolá / Ici et ailleurs

França, 60 min., 1976
Cor, 16 mm e vídeo
Direção:
Jean-Luc Godard e Anne-Marie Miéville
Jusqu’à la victoire : Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin)
Montagem:
Anne-Marie Miéville
Roteiro:
Jean-Luc Godard, Anne-Marie Miéville
Jusqu’à la victoire : Grupo Dziga Vertov (Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin)
Fotografia:
Armand Marco, William Lubtchansky
Vídeo:
Gérard Teissèdre
Produtores:
Jean-Pierre Rassam, Anne-Marie Miéville, Jean-Luc Godard
Sinopse:
Godard e Gorin aceitam a proposta do grupo militante palestino Al Fatah para fazer um filme sobre a situação política do Líbano e da Jordânia. Ele se chamaria “Até a vitória”(Jusqu’à la victoire) e foi filmado em 1970, mas não foi levado adiante pelo grupo. Mais tarde, Godard e Miéville reeditaram esse material, juntamente com imagens recém-filmadas de uma família francesa diante da televisão. Discutindo justamente os propósitos do Grupo Dziga Vertov, o filme alega que o “som” da guerrilha e dos discursos políticos inflamados era muito alto para que se pudesse ver as imagens. Este filme inicia um processo de extensivo uso do vídeo na obra de Godard.

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Filmes de Jean-luc Godard e Jean-Pierre Gorin

8. Tudo vai bem / Tout va bien
França, 95 min., 1972.
Cor, 35 mm
Direção: Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin
Roteiro: Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin
Montagem:
Kenout Peltier, Claudine Merlin
Fotografia:
Armand Marco, Yves Agostini, Edouard Burgess
Assistentes de Direção:
Isabelle Pons, Jean-Hughes Nelkene
Som:
Bernard Orthion, Gilles Orthion
Música:
Eric Charden, Thomas Rivat, Paul Beuscher
Mixagem: Antoine Bonfanti
Still : Alain Miéville e Anne-Marie Michel (Miéville)
Atores:
Yves Montand, Jane Fonda, Anne Wiazemsky, Vittorio Caprioli, Jean Pignol, Pierre Oudry, Elisabeth Chauvin, Marcel Gassouk, Didier Gaudron, Michel Marot, Huguette Miéville, Luce Marnaux, Natalie Simon, Ibrahim Seck.
Produção: Allain Coffier
Sinopse:
Uma jornalista americana, acompanhada do um diretor de filmes francês que se transformou em publicitário, vão à uma fábrica de alimentos em greve e acabam sendo aprisionados pelos trabalhadores no mesmo escritório que o diretor da empresa. Os trabalhadores repetem slogans políticos para a câmera; o diretor da fábrica quer ir ao banheiro, mas não consegue; o casal tem suas desavenças, tudo ao mesmo tempo devido a um cenário que permite a visão das histórias individuais sem privilegiar apenas um ponto de vista. Os personagens recapitulam Maio de 68 em relação aos novos tempos políticos e consumistas.

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9. Carta para Jane / Letter to Jane (An investigation about a still)

EUA, 52 min. 1972.
Cor, 16 mm
Direção:
Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin
Roteiro:
Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin
Produção:
Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin
Sinopse:
Godard e Gorin desconstroem a fotografia de Joseph Kraft que apareceu na revista L’Express em julho/agosto de 1972, mostrando Jane Fonda no Vietnã do Norte. Na época, Jane Fonda ficou conhecida pelo apelido Hanói Jane e foi acusada de ser usada como uma estrela de cinema pelos vietnamitas. O filme apresenta uma sessão de fotos da atriz em várias situações diferentes e foi considerado uma lição de leitura de imagem por Susan Sontag em seu livro Sobre Fotografia. Ele reflete sobre o status da imagem e o papel do intelectual de forma minimalista e critica ironicamente a iconografia e o star sistem hollywoodiano.

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