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Curadoria

Grupo Dziga Vertov


 

 

 

 

 

 

 

 

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A mostra de filmes do Grupo Dziga Vertov apresenta 7 filmes feitos nos anos 60 e 70 por Jean-Luc Godard e vários colaboradores em processo de produção coletiva. São filmes revolucionários, maoístas, experimentais. Também são chamados de “invisíveis” dada a dificuldade de serem exibidos e certamente de serem vistos, pois é exigido do espectador não apenas a disposição para o jogo de referências, mas também a afiliação às crenças revolucionárias. Antes de tudo, são filmes para serem ouvidos, pois são experiências valiosas a respeito do jogo dialético entre o som e a imagem.

A mostra contará com a presença de Jean-Pierre Gorin, que dirigiu quatro dos filmes do Grupo Dziga Vertov e mais dois apenas com Godard: Tudo vai bem e Carta para Jane, ambos apresentados no evento. Gorin teve uma parceria efetiva com Godard e certamente foi a fonte intelectual de idéias contemporâneas do Grupo naquela época. A ele também é atribuído o fato de ter nomeado o Grupo como Dziga Vertov, como uma homenagem ao cineasta soviético. Até hoje para Gorin, e em sua prática cinematográfica mais recente, pois tem dirigido filmes extremamente sofisticados, trata-se de questionar as convenções por meio da gramática cinematográfica e não do idioma.

Com exceção de Vento do Leste, todos os filmes são inéditos no Brasil. Com a proposta de fazer “politicamente o cinema político”, os filmes do Grupo Dziga Vertov são reação inequívoca ao americanismo. São peças cinematográficas, como disse Godard, “filmes dentro de filmes”, feitos com uma liberdade inspiradora. Eles trazem questões ainda abertas sobre o homem da segunda metade do século vinte, sobre seu mal-estar diante de sua imagem projetada e do aparato que o projeta. Mas, antes de tudo, são imagens feitas para mostrar o quanto cinema é som.

Jane de Almeida
curadora

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Sobre o Grupo Dziga Vertov

No fim dos anos 60, Jean-Luc Godard se uniu a um grupo de intelectuais de esquerda em torno das idéias de Mao Tse-Tung para realizar filmes experimentais militantes. Este Grupo se autodenominava “Grupo Dziga Vertov” em homenagem ao ilustre cineasta russo e teve participação ativa de Godard e de Jean-Pierre Gorin, na época editor do jornal Le Monde. Com o filme British Sounds de 1969, o Grupo Dziga Vertov retrospectivamente se autodenomina.

Sobre os filmes

São ao todo 9 filmes que questionam o cinema e suas relações com o espectador através do som, da forma, do gênero para pensar a política e a chamada “verdade” do cinema. São filmes pouco conhecidos – com exibições apenas em escolas de cinema no formato VHS – e a grande maioria completamente inédita no Brasil. Esta mostra de filmes do Grupo Dziga Vertov tem sido resgatada por toda Europa em festivais de cinema e arte que acontecem em museus como o Guggenheim de Bilbao ou o Festival de Nantes, na França.

Além disso, são filmes que têm a participação de um dos cineastas mais importantes da história do cinema, Jean-Luc Godard em um momento particular de sua cinematografia, praticamente desconhecida. São experiências coletivas do fazer cinematográfico. Com a contribuição de esquerdistas importantes da época (logo após a revolução estudantil na França) como Daniel Cohn-Bendit, de cineastas como Glauber Rocha e atores como Gian Maria Volonté, Yves Montand e Jane Fonda, os filmes apresentam uma reflexão sobre aquele momento histórico e são raridades cinematográficas.

Sobre a Mostra

A Mostra Grupo Dziga Vertov acontecerá nos Centros Culturais do Banco do Brasil de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Brasília na íntegra, com os filmes em seus formatos originais. Jean Pierre-Gorin virá ao Brasil pela primeira vez para apresentar os filmes e deverá proferir palestras sobre sua participação no grupo, seu encontro com Godard e falar sobre as suas idéias sobre o cinema político da época, além de sua produção atual. Ele abrirá os eventos de São Paulo e Rio de Janeiro e proferirá palestras nas três cidades. Trata-se de um resgate de uma parte importante da história do cinema, ainda inédita no Brasil, cujas experiências ficaram relegadas a um segundo plano nos anos posteriores. Com a vinda de Jean-Pierre Gorin, espera-se que a visão de um cinema de resistência e de todo o contexto histórico da época - inclusive com resgate da memória de Glauber Rocha, também participante dos filmes do Grupo Dziga Vertov - possa ser compartilhada com o público, numa tentativa de enriquecer o debate em torno da produção cinematográfica atual.

Publicação

Será publicado um catálogo com artigos sobre o Grupo Dziga Vertov, com texto de Jean-Pierre Gorin e de outros teóricos de cinema e distribuídos para o público da Mostra. Espera-se com isso contribuir para as discussões sobre a produção cinematográfica, particularmente a brasileira.

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