Sinopses
Despedida de ontem (Abschied von gestern, 1965/66, 16 mm, 84 min, 16 anos)

Produção: Kairos-Film
Direção e roteiro: Alexander Kluge baseado na história de Anita G.
Fotografia: Edgar Reitz
Som: Klaus Eckelt, Heinz Pusl, Hansjörg Wicha
Montagem: Beate Mainka-Jellinghaus
Elenco: Alexandra Kluge, Günter Mack, Eva Maria Meineke, Hans Korte, Ursula Dirichs, Alfred Edel
Prêmios: German Film Awards – Special Film Award “40th Anniversary of the Federal Republic of Germany”, Film Award in Gold em 1967, OCIC Award (menção honrosa) e Prêmio Especial do Júri do Festival de Veneza de 1966

Uma jovem, Anita G., rouba um pulôver para se aquecer. Cumprida a pena, ela faz várias tentativas de começar vida nova. Depois de uma fuga em ziguezague, vai parar de novo na cadeia. Os nazistas tinham levado seus pais. Ela vem do Leste. E agora passa frio no Oeste. Três Alemanhas. Prêmio Especial do Júri do Festival de Veneza.


Amor cego – conversa com Jean-Luc Godard (Blinde Liebe- Gespräch mit Jean-Luc Godard, 2001, DVD, 24 min, 16 anos)
Produção: Kairos-Film

Roteiro e direção: Alexander Kluge

Alexander Kluge entrevista Godard para seu programa de televisão Zehn vor elf [10 para as 11], fazendo perguntas inusitadas e provocando um diálogo intenso sobre cinema, sua história e materialidade. “O amor é cego?”, “Os ouvidos são mais velhos que os olhos?”, “Como explicaria a um habitante de Sirius o que é o cinema?”, são perguntas feitas a Godard que fala de suas influências românticas alemãs, da televisão que não quer ver o cinema crescer e lembra que sua mãe só viu filmes mudos antes de ele nascer. Dois gigantes em uma batalha de cordialidades.

 

Artistas na cúpula do circo: perplexos (Die Artisten in der Zirkuskuppel: ratlos, 1967, 16mm, 100 min, 16 anos)

Produção: Kairos-Film
Direção e Roteiro: Alexander Kluge
Fotografia: Günter Hörmann, Thomas Mauch
Montagem: Beate Mainka-Jellinghaus
Som: Bernd Hoeltz.
Elenco: Hannelore Hoger, Alfred Edel, Siegfried Gaue, Bernd Hoeltz, Kurt Jürgens e outros
Locução: Alexandra Kluge, Hannelore Hoger, Herr Hollenbeck
Prêmios: Venedig, Filmfestspiele
Prêmios: German Film Awards de Ouro em 1969, Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1968

Como seu pai antes dela, a dona de circo Leni Peickert (Hannelore Hoger) também quer levar o desempenho artístico a seu ponto máximo. Ao mesmo tempo, seu ideal é a naturalidade. Ela quer mudar o circo, mas suas inovações levam a empresa à bancarrota. “Se o capitalista faz aquilo de que gosta,/ e não aquilo que lhe traz vantagem,/ Não recebe apoio de ninguém”.
Revigorada, Leni Peickert busca uma segunda chance, agora na televisão comercial. Leão de Ouro no Festival de Veneza.

 

O grande caos (Der Grosse Verhau, 1969/70, DVD, 90 min, 16 anos)

Produção: Kairos-Film
Direção e Roteiro: Alexander Kluge
Fotografia: Thomas Mauch, Alfred Tichawsky
Efeitos fotográficos especiais: Günter Hörmann, Hannelore Hoger, Joachim Heimbucher
Montagem: Maximiliane Mainka, Beate Mainka-Jellinghaus
Som: Bernd Hoeltz
Elenco: Vinzenz e Maria Sterr, Hannelore Hoger, Hark Bohm e outros
Prêmios: Berlim, Internationales Forum des Jungen Films
Prêmios: Interfilm Award, do Festival de Berlim de 1971

No filme de ficção científica O grande caos, a galáxia está tomada pela guerra civil. Quem demonstra maior capacidade de sobrevivência é a Sociedade do Canal de Suez, que tendo perdido, em 1956, seu bem original, o Canal, agora, livre e destituída de bens, pode cuidar de sua expansão. O cosmonauta Douglas (Sigi Graue), o casal Sterr, um almirante cósmico Bohm (Hark Bohm), o engenheiro Bodenham (Ian Bodenham, hoje dirigente de um dos principais segmentos da televisão pública nos Estados Unidos) e várias outras personagens habitam o cosmo. As histórias relatadas em “Processos de aprendizagem com morte no final”, originalmente publicadas no livro de Kluge Unheimlichkeit der Zeit [O caráter inquietante do tempo] (editora Suhrkamp, 1979), dão continuidade ao filme.

 

Trabalho ocasional de uma escrava (Gelegenheitsarbeit einer Sklavin, 1973, 87 min, 16 mm, 16 anos)

Produção: Kairos-Film
Direção e roteiro: Alexander Kluge
Fotografia: Thomas Mauch
Montagem: Beate Mainka-Jellinghaus
Elenco: Alexandra Kluge, Bion Steinborn, Sylvia Gartmann, Traugott Buhre, Ursula Dirichs, Alfred Edel


Alguns meses na vida de um casal com filhos em meio a um movimento de protesto. Roswitha Bronski (Alexandra Kluge) é tocada pelo entusiasmo revolucionário. Primeiro, ela planeja mudanças no seio da família (“a mudança de casa é a menor forma de transformação social”). Depois, altera seu foco para ações fora do âmbito familiar, para ela mais fáceis.

 

A indomável Leni Peickert (Die unbezähmbare Leni Peickert, 1967/69, DVD, 33 min, 16 anos)

Produção: Kairos-Film
Direção e roteiro: Alexander Kluge
Fotografia: Günter Hörmann, Thomas Mauch. Schnitt: Beate Mainka-Jellinghaus
Som: Bernd Hoeltz
Elenco: Hannelore Hoger e outros

Outros empreendimentos da dona de circo Leni Peickert. Não há como domá-la. Circo no inverno. Encontro com colegas russos. Os adágios e os poemas de Leni Peickert. A artista em fúria. Luta por espaço na programação da TV.

 

Willi Tobler e a queda da 6ª frota (Willi Tobler und der Untergang der 6. Flotte, 1971, DVD, 78 min, 16 anos)

Produção: Kairos-Film
Direção: Alexander Kluge
Fotografia: Dietrich Lohmann, Alfred Tichawsky, Thomas Mauch
Montagem: Maximiliane Mainka, Beate Mainka-Jellinghaus
Som: Bernd Hoeltz
Elenco: Alfred Edel, Helga Skalla, Hark Bohm, Kurt Jürgens, Hannelore Hoger e outros

Guerra civil galáctica no final de 2040. Willi Tobler (Alfred Edel) tem mulher e dois filhos. Depois de um bombardeio cósmico, ele resolve se desvencilhar de todos os seus bens, da mulher e dos filhos, e também de quaisquer propósitos e virtudes. Livre de toda responsabilidade, ele quer agora cuidar da própria segurança e oferece seus serviços ao almirante sideral Bohm, num estranho setor do cosmo. Ganha de imediato o posto de porta-voz de imprensa da 6ª frota. Mas seu engajamento torna-se uma armadilha. As relações de poder mudam. Na guerra civil, Willi Tobler coloca suas fichas do lado errado. A juíza marcial (Hannelore Hoger) o condena à morte. Não há segurança em parte alguma.

 

No perigo e na penúria, o meio-termo leva à morte (In Gefahr und grösster Not bringt der Mittelweg den Tod, 1974, 16mm, 86 min, 16 anos)

Produção: RK-Film (Reitz-Film, Kairos-Film)
Direção e Roteiro: Alexander Kluge, Edgar Reitz
Fotografia: Edgar Reitz, Alfred Hürmer, Günter Hörmann
Montagem: Beate Mainka-Jellinghaus
Som: Burkhard Tauschwitz, Dietmar Lange
Elenco: Dagmar Bödderich, Jutta Winkelmann, Norbert Kentrup, Alfred Edel, Kurt Jürgens e outros
Prêmios: German Film Awards de 1975 – Film Awards in Gold

Catorze dias em fevereiro de 1973 na cidade de Frankfurt/Main. É dia de Carnaval, e ao mesmo tempo a polícia realiza uma violenta desocupação de casas localizadas na rua Schumann, esquina com a Bokkenheimer Landstrasse. Duas mulheres perambulam pela cidade. Uma delas é garota de programa e ladra (“Como os homens sempre me deixam um vazio, eu levo a carteira deles comigo”). A outra, Rita Müller-Eisert, é espiã da Alemanha Oriental (“Não me interesso apenas por segredos de Estado, mas também pela realidade social”). O título do filme foi retirado de um grafite encontrado no porão de uma das casas ocupadas e corresponde às convicções políticas de Kluge. O tango que acompanha a fuga da garota de programa ladra, no final, é de uma banda espanhola que fugiu para a França depois da Guerra Civil. A música é formada pelas primeiras doze notas da Internacional.

 

 

Ferdinand, o Forte (Der starke Ferdinand, 1975/1976, 16mm, 79 min, 16 anos)

Produção: Kairos-Film em co-produção com Reitz-Film de Munique
Direção: Alexander Kluge
Roteiro: Alexander Kluge, de seu conto “Ein Bolschewist des Kapitals” [Um bolchevique do capital]
Fotografia: Thomas Mauch, Martin Schäfer
Montagem: Heidi Genée, Agape von Dorstewitz
Som: Heiko Hinderks, Reiner Wieht
Elenco: Heinz Schubert, Verena Rudolph, Gert Günther Hoffmann, Heinz Schimmelpfennig e outros
Prêmios: FIPRESCI do Festival de Cannes de 1976

O chefe de segurança de um estaleiro, Ferdinand Rieche (Heinz Schubert), possui uma extraordinária capacidade de defesa perante inimigos externos e internos da empresa. Porém, por determinação superior, encontra-se impedido de exercer sua capacidade em sua plenitude. Uma série de frustrações o induzem a um atentado. De algum modo, Rieche precisa demonstrar que seu trabalho tem valor. Um fundamentalista do sistema de segurança.

 

Alemanha no outono (Deutschland im Herbst, 1978, DVD, 119 min, 16 anos)

Produção: Pro-jekt Filmproduktion, Filmverlag der Autoren, Kairos-Film, Hallelujah-Film
Direção: Alexander Kluge, Volker Schlöndorff, Rainer Werner Fassbinder, Alf Brustellin, Bernhard Sinkel, Katja Rupe, Hans Peter Cloos, Edgar Reitz, Maximiliane Mainka, Peter Schubert
Roteiro: Heinrich Böll, Peter Steinbach e os diretores
Fotografia: Jörg Schmidt-Reitwein, Michael Ballhaus, Günter Hörmann, Werner Lüring, Jürgen Jürges, Bodo Kessler, Dietrich Lohmann, Colin Mounier
Montagem: Heidi Genée, Mulle Goetz-Dickopp, Tanja Schmidbauer, Beate Mainka-Jellinghaus, Christine Warnck, Juliane Lorenz
Som: Klaus Eckelt
Elenco: Rainer Werner Fassbinder, Armin Meier, Liselotte Eder, Hannelore Hoger, Helmut Griem, Wolf Biermann, Horst Mahler, Vadim Glowna, Angelika Winkler, Franziska Walser e outros
Locução: Alexander Kluge
Prêmios: German Film Awards de 1978 – Film Awards in Gold

Outono de 1977. Quase ao mesmo tempo: o seqüestro do avião da Lufthansa em Mogadíscio, a catástrofe [com os dirigentes da Facção do Exército Vermelho presos] em Stammheim e o assassinato [do líder empresarial] Hanns Martin Schleyer. No fim de semana posterior a esses acontecimentos, encontram-se, na casa do editor Theo Hinz Rainer, Werner Fassbinder, Volker Schlöndorff, alguns outros diretores de cinema e eu [Kluge]. Combinamos de fazer um filme em conjunto. Há comoção no ar. Três dias depois, Fassbinder já tinha rodado sua parte. Nós, os outros cineastas, fomos a Stuttgart, para os funerais de Schleyer e seu enterro no cemitério Dornhalden. Beate Mainka-Jellinghaus e eu ficamos encarregados de fazer a montagem de todo o filme. Esse tipo de filme coletivo é uma continuação coerente do filme de autor. Ele permite a mistura de temperamentos, aglutina forças e põe em marcha vários outros filmes (na seqüência, Fassbinder filmou A terceira geração, e eu, A patriota).

 

 

A patriota (Die Patriotin, 1979, 16mm, 118 min, 16 anos)

Produção: Kairos-Film
Direção e roteiro: Alexander Kluge
Fotografia: Jörg Schmidt-Reitwein, Petra Hiller, Thomas Mauch, Werner Lüring e outros
Montagem: Beate Mainka-Jellinghaus
Som: Peter Dick, Siegfried Moraweck e outros
Som: Margarethe von Trotta
Elenco: Hannelore Hoger, Alfred Edel, Dieter Mainka, Kurt Jürgens, Alexander von Eschwege, Beate Holle, Willi Münch e outros
Prêmios: German Film Awards de 1979 – Film Awards in Silver

A professora de história Gabi Teichert (Hannelore Hoger) busca as raízes da História alemã. É preciso descobri-la, se não quisermos ser mortos por ela. De modo condizente com sua profissão, Gabi Teichert é uma combatente coerente em favor da formação e do esclarecimento. No congresso do Partido Social-Democrata (SPD), no Dia da Penitência na Alemanha e no feriado do Advento, envolvida com o cotidiano do magistério e ávida por mudanças em sua vida pessoal: em busca de uma República pela qual valha a pena se engajar.

 

Guerra e paz (Krieg und Frieden, 1982/83, DVD, 118 min, 16 anos)

Produção: Pro-jekt Filmproduktion, Filmverlag der Autoren, Bioskop-Film, Kairos-Film
Direção: Alexander Kluge, Stefan Aust, Axel Engstfeld, Volker Schlöndorff
Roteiro: Heinrich Böll e os diretores
Fotografia: Igor Luther, Werner Lüring, Thomas Mauch, Bernd Mosblech, Franz Rath
Som: Christian Moldt, Edward Porente, Olaf Reinke, Manfred von Rintelen, Karl-Walter Tietze, Vladimir Vizner
Montagem: Dagmar Hirtz, Beate Meinka-Jellinghaus, Carola Mai, Barbara von Weitershausen

Em 1945, se a guerra na Europa não tivesse acabado em maio, mas só em agosto, a bomba atômica poderia ter sido lançada não sobre Hiroshima, mas sobre Berlim (Valentin Falin). Do mesmo modo, no ápice da Guerra Fria (durante a chamada crise dos mísseis), teria sido possível que o centro da Alemanha tivesse sido destruído por bombas de nêutrons. É uma ilusão acreditar que a ameaça de guerra esteja hoje afastada de nosso país de forma duradoura. Além disso, atrocidades que acontecem em outros locais do planeta não podem nos deixar indiferentes. Um filme com contribuições de Volker Schlöndorff, Heinrich Böll, Stefan Aust, Axel Engstfeld e Alexander Kluge. O tema é a marcha dos 300 mil manifestantes que foram a Bonn protestar. Ao final do processo, caiu o primeiro-ministro Helmut Schmidt, em razão da crise na esfera pública que abalava o país. A intenção era produzir filmes de autor reunindo vários cineastas, como esse, em escala européia.

 

O candidato (Der Kandidat, 1980, DVD, 124 min, 16 anos)

Produção: Bioskop Film, Filmverlag der Autoren, Kairos-Film, Pro-jekt Filmproduktion
Direção: Stefan Aust, Alexander Kluge
Roteiro: Stefan Aust, Alexander Kluge, Volker Schlöndorff, Alexander von Eschwege
Fotografia: Bodo Kessler, Werner Lüring, Igor Luther, Thomas Mauch, Jörg Schimidt-Reitwein
Montagem: Inge Behrens, Mulle Goetz-Dickopp, Beate Mainka-Jellinghaus, Jane Sperr
Som: Anke Apelt, Manfred Meyer, Martin Müller, Vladimir Vizner
Elenco: Wolf Biermann, Karl Carstens, Edmund Stoiber, Franz Joseph Strauss, Marianne Strauss

Por ocasião da candidatura de Franz Josef Strauss ao posto de primeiro-ministro, Volker Schlöndorff, Stefan Aust e Alexander Kluge se reúnem para realizar mais um filme conjuntamente. A película comenta a campanha eleitoral e questões da esfera política.

 

 

O poder dos sentimentos (Die Macht der Gefühle, 1983, 16mm, 112 min, 16 anos)

Produção: Kairos-Film
Direção: Alexander Kluge
Fotografia: Werner Lüring, Thomas Mauch
Som: Olaf Reinke, Karl-Walter Tietze
Montagem: Beate Mainka-Jellinghaus, Carola Mai
Elenco: Hannelore Hoger, Alexandra Kluge, Edgar Boehlke, Suzanne von Borsody, Barbara Auer e outros
Prêmios: FIPRESCI do Festival de Veneza de 1983

Sentimentos não devem ser confundidos com sentimentalismo. Eles são muito antigos e mais poderosos do que imaginamos. Mais antigos do que qualquer arte, mas certamente são o subtexto dela. Trata-se aqui de uma mulher (Hannelore Hoger) que matou o marido a tiros e formula enigmas para o juiz; e de jovens casais que querem transformar suas experiências amorosas em decisões claras, o que se revela difícil. No mundo do crime, duas pessoas que se amam se vêem envolvidas por outro casal (sedento por diamantes) num assassinato. Quando encontram a vítima no apartamento deles, não acreditam em momento algum serem realmente capazes de se defender na justiça. Mas já que gostam de ficar juntos, não desistem. Examinam de perto a vítima e percebem que ainda lhe resta um sopro de vida e conseguem fazê-la recuperar-se após seis meses de cuidados intensivos: a desmontagem de um crime por meio da cooperação. Histórias como essa formam o conteúdo de óperas. A ópera é uma “usina de sentimentos”. O cabeamento se tornou confuso. Quanto mais intensas as emoções, menores as chances de um final feliz.

 

O ataque do presente contra o resto do tempo (Der Angriff der Gegenwart auf die übrige Zeit, 1985, 16mm, 106 min, 16 anos)

Produção: Kairos-Film, em conjunto com a ZDF
Direção e roteiro: Alexander Kluge
Fotografia: Thomas Mauch, Werner Lüring, Hermann Fahr, Judith Kaufmann
Som: Josef Dillinger, Olaf Reinke, Georg Otto
Montagem: Jane Seitz
Elenco: Jutta Hoffmann, Armin Mueller-Stahl, Michael Rehberg, Rosel Zech
Prêmio: German Film Awards de 1986 – Film Award in Silver

É possível dividir o século XX em planos quadrienais? Que relação existe entre a cultura e o comércio de sucata? Qual é o poder dos meios de comunicação de massa? Uma jovem médica se sente desnecessária. Uma família se senta diante de seu computador como se estivesse defronte de uma lareira. Um apressado. Pessoas se separam. Uma educadora (Jutta Hoffmann) precisa entregar a parentes uma criança que perdeu os pais e de quem ela cuidou durante um ano. Ao ver a forma como a criança é recebida, resolve mantê-la consigo. Por fim, a história do diretor de cinema cego. Ele perdeu a visão durante os trabalhos de filmagem e roda seu mais belo filme. O presente se enfatua. Mas sem a história pregressa e o futuro, sobretudo na forma de possibilidade, não existe realidade: o ataque do presente contra o resto do tempo.

 

Notícias variadas (Vermischte Nachrichten, 1986, DVD, 103 min, 16 anos)

Produção: Kairos-Film, em conjunto com a ZDF
Direção e roteiro: Alexander Kluge
Fotografia: Thomas Mauch, Werner Lüring, Hermann Fahr, Judith Kaufmann
Som: Josef Dillinger, Olaf Reinke, Georg Otto
Montagem: Jane Seitz
Elenco: Jutta Hoffmann, Armin Mueller-Stahl, Michael Rehberg, Rosel Zech
Prêmio: German Film Awards de 1986 – Film Award in Silver


Nos jornais de antigamente, as notícias variadas (faits divers) podiam ser encontradas na última página. A vigilância redacional era menor ali. De forma que as notícias variadas dão liberdade ao olhar sobre a matéria-prima dos acontecimentos no mundo. Como um espelho deformador.
Trata-se da morte ocorrida na UTI às 5 da manhã, de um funeral (“Feliz daquele que se esquece daquilo que não pode ser mudado”). Um filho protege a mãe com uma arma. Um caso de canibalismo em Stalingrado. Recepção oferecida por Honnecker no dia em que lei marcial foi imposta na Polônia. O dia em que uma senhora caiu e quase morreu, mas que se ergue mais uma vez e comemora o Ano-Novo. Porém, trata-se aqui sobretudo da história do garçom Max, que ama uma prostituta africana e morre por causa desse amor. Por vinte anos, os filmes de autor povoaram o cinema. Agora, alguns desses realizadores se dedicam à “televisão de autores” (Reitz, com Heimat [Pátria]; Kluge com as revistas culturais dos produtores independentes – DCTP).  No ponto de interseção se lê: Notícias variadas.

 

Curtas

Sra. Blackburn (Frau Blackburn, geb. 5. Jan. 1872, wird gefilmt, 1967, 35 mm, p&b, 14 min, 16 anos)

Produção: Kairos-Film
Câmera: Thomas Mauch
Edição: Beate Mainka-Jellinghaus
Roteiro e direção: Alexander Kluge 

O primeiro filme de Kluge sobre um membro de sua própria família. A Sra. Blackburn, de 95 anos de idade, é sua avó. Kluge a leva a fazer relatos e a improvisar e também introduz uma pequena ação narrativa (sobre a venda de brincos).

 

Bombeiro (Feuerlöscher E. A. Winterstein, 1968, 35 mm, p&b, 11 min, 16 anos)

Produção: Kairos-Film
Câmera: Edgar Reitz, Thomas Mauch
Edição: Beate Mainka-Jellinghaus
Roteiro e direção: Alexander Kluge

Um filme aparentemente confuso, composto de material oriundo de documentários e sobras de filmes de ação (Despedida de ontem). Fogos de artifício da arte da associação e da montagem. É importante por ser o primeiro filme de Kluge em que aparece a figura do bombeiro, o tipo ideal de Kluge, que deve apagar o fogo da política e da História.

 

Brutalidade em pedra (Brutalität in Stein, 1960, 35 mm, p&b, 12 min, 16 anos)

Produção, roteiro, direção: Alexander Kluge, Peter Schamoni

Primeiro filme de Kluge realizado em colaboração com Peter Schamoni, procura estabelecer paralelos entre a arquitetura e a visão de mundo nazista. Com recursos limitados, porém expressivos, mostra como as construções se tornam aos poucos monumentais.
”A película traz não só informações de interesse e esclarecimentos sobre a história da cultura alemã, mas é também um documento das primeiras tendências de renovação do cinema do pós-guerra da Alemanha Ocidental.” (Ulrich Gregor)

 

Professor em transformação (Lehrer im Wandel, 1962/63, 35 mm, p&b, 11 min, 16 anos)

Produção, roteiro, edição, direção: Alexander Kluge

A partir de três exemplos concretos, Kluge ilustra uma “Educação sem perspectivas” (intertítulo). Inicialmente, aborda a vida de Adolf Reichwein, que havia sido professor e funcionário do ministério prussiano. Sob o regime nazista, ele se retira para uma escola de aldeia, onde existe uma única classe, e lá desenvolve um modelo pedagógico. Em 1944 é enforcado. Friedrich Rühl, outro pedagogo apaixonado, acreditava no poder da educação. Em 1944 é obrigado a liderar um grupo de alunos na frente de batalha, na qual apenas quatro sobrevivem. Margit M. era adepta da chamada reforma escolar geral. Ela não acreditava ser capaz de dar aulas “sob o domínio do partido”. Depois, mesmo assim, assume um cargo pedagógico na Alemanha Oriental e é despedida por “teimosia pedagógica”. 

 

Retrato de quem deu certo (Porträt einer Bewährung, 1964, 35 mm, p&b, 10 min, 16 anos)

Produção: Kairos-Film
Roteiro e direção: Alexander Kluge

Relata a história do ex-guarda policial Karl Müller-Seegeberg, um oportunista que serviu a seis governos e “sempre se deu bem”. Uma construção típica de Kluge, que pretende mostrar como uma virtude levada às últimas conseqüências paralisa todas as outras qualidades.

 

 

Televisão

Desde a fundação da dctp - Development Company for Television Program,  em 1998, Alexander Kluge, seu diretor e sócio fundador, tem se dedicado a produzir programas de televisão sofisticados e provocativos em diferentes formatos: o Prime Time tem 15 minutos de duração, o 10 vor 11 [dez para as 11], 24 minutos e o News & Stories, 45 minutos.  Com a proposta de oferecer programas de alta qualidade, ainda que em “doses homeopáticas”, Kluge apresenta os mais diversos temas, reinventado imagens e transformando palavras em poemas.  Partindo de conteúdos filosóficos e políticos, Kluge entrevista Peter Berling, que encarna os mais diferentes personagens em Facts & Fakes. Alguns desses programas serão exibidos no auditório nos fins de semana.

Eu fui guarda-costas de Hitler (Ich war Hitler’s Bodyguard)
(1999, colorido, 45 min, DVD, legendas em espanhol)
Produção: Kairos-Film, Munique
Programa News & Stories

Kluge entrevista Manfred Pichota (Peter Berling), guarda-costas de Hitler, atualmente aposentado e vivendo no Caribe.

 

Circo de reformas (Reformzirkus)
(1970, p&b, 127 min, DVD, legendas em espanhol)
Produção: Westdeutsches Fernsehen, Colônia

Uma discussão na TV sobre cinema e sociedade, no programa Final Aberto, com a participação de Alexander Kluge, Dieter Schmidt, Siegfried Schober, Hans-Geert Falkenberg e Georg Alexander. A gravação é cortada devido a um desentendimento entre os debatedores, mas fica decidido que o programa vai ser exibido com o corte ocorrido no meio da transmissão.

 

O dia está próximo (Der Tag ist nah)
(1997, colorido, 15 min, DVD, legendas em espanhol)
Produção: Kairos-Film, Munique
Programa Prime Time

Ficção científica com colagem de imagens, palavras e filmes.

 

O empreendedor flexível (Der flexible Unternehmer)
(2001, colorido, 15 min, DVD, legendas em espanhol)
Produção: Kairos-Film, Munique
Programa Prime Time

A palavra de ordem é “globalização”. Um produtor de ração animal é entrevistado sobre a fabricação da farinha animal e se coloca como um genuíno protetor do meio-ambiente.

A execução de um elefante (Hinrichtung eines Elefanten)
(2000, colorido, 15 min, DVD, legendas em espanhol)
Produção: Kairos-Film, Munique
Programa Prime Time

Partindo de um filme de Edwin Porter de 1903, que mostra a execução de um elefante em Coney Island, Kluge exibe outras cenas com elefantes: uma corrida de elefantes e outra execução, além de uma entrevista com um guarda de elefantes que dela participou.


A morte de Sêneca: um poema dramático (Der Tod des Seneca)
(S/A, colorido, 24 min, DVD, legendas em português)
Programa 10 vor 11

Entrevista com o dramaturgo Heiner Müller sobre o poema “A morte de Sêneca”.


Antiópera: uma conversa com Heiner Müller (Anti-Oper. Gespräch mit Heiner Müller)

(S/A, colorido, 45 min, DVD, legendas em português)
Programa News & Stories

Uma conversa de Kluge com Müller a respeito do “Fragmento Fatzer”, de Bertolt Brecht.


O oficial como filósofo (Der Offizier als Philosoph)
(2005, colorido, DVD, 24 min, legendas em espanhol)
Programa 10 vor 11

Kluge entrevista o oficial Eberhard von Erbst (Peter Berling) sobre os conceitos de Nietzsche “vontade de poder”, “super-homem” e “eterno retorno”, diante de uma situação de guerra. No lugar, parece existir uma “super-coisa” que se apodera das situações.

 

Um grande país deve ser governado como se fritam pequenos peixes (Grosse Reiche muss man leiten wie man kleine Fischlein brät)
(1993, p&b e colorido, 15 min, DVD, legendas em espanhol)
Produção: Kairos-Film, Munique
Programa Prime Time

Partindo da frase dadaísta sobre a situação intelectual de 1914, o filme apresenta uma série de colagens feitas com documentos da Primeira Guerra Mundial, filmados e fotografados.

 

Vôo espacial como uma vivência interna (Raumfahrt als inneres Erlebnis)
(1999, colorido, 15 min, DVD, legendas em espanhol)
Produção: Kairos-Film, Munique
Programa Prime Time

Ficção científica com o ator Peter Berling sendo entrevistado por Alexander Kluge, à luz de velas, por causa de um blackout, a respeito do lançamento de um foguete para Urano.


O amor perturba a morte fria (Die Liebe stört der kalte Tod)
(1995, colorido, DVD, 24 min, legendas em espanhol)
Programa 10 vor 11

Colagens com histórias e poemas contados por Kluge, além de palavras trabalhadas conceitualmente em conjunção com a balada, origem dos cantos e danças populares. Uma tragédia no mar em 1881; o imperador Maximiliano é executado no México; o canto fúnebre dos cossacos ...

Especial
Documentário Alexander Kluge: o 5º ato. Uma conversa com Bruno Fischli
(2007, colorido, DVD, 28 min, legendas em português)
Produção: Goethe Institut
Filmes e trechos de filmes de Alexander Kluge
Som: Michael Kurz
Câmera: Thomas Willke
Montagem: Annette Rupp

Entrevista com Alexander Kluge realizada por Bruno Fischli no Festival de Veneza de 2007 especialmente para a mostra Alexander Kluge: o quinto ato.


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